Diretor-geral nunca esquece grande aquisição: “Essas notícias foram um baque”

Quando uma porta se fecha, outra se abre. E se você tiver uma atitude positiva, a mudança geralmente leva a algo bom. Essa foi a lição que Christina Heineke Petersen, Diretora Geral e Chefe de Serviços Nacionais da TotalEnergies Upstream Danmark, aprendeu quando, há quase oito anos, lhe disseram que seu empregador não seria mais a Maersk, mas sim a TotalEnergies.

Você pode descrever o dia mais importante da sua vida profissional até agora?

“No domingo, 20 de agosto de 2017, por volta das 21h, meu chefe na época ligou para me dizer que a AP Moller-Maersk havia decidido vender a Maersk Oil para a empresa de energia francesa Total.”

"Isso aconteceu na esteira de um ano intenso, empolgante e muito movimentado, durante o qual eu, como chefe de estratégia, vinha trabalhando em como separar a Maersk Oil do grupo AP Moller-Maersk, como parte da mudança na estratégia de negócios da empresa. As empresas de energia não seriam mais parte integrante do grupo, então estávamos trabalhando em cenários de como seria uma Maersk Oil independente. A energia e o otimismo na empresa estavam altos, a cultura havia sido fortalecida e eu havia construído uma equipe fantástica nos dois anos anteriores. Então, a notícia me atingiu em cheio."

O que tornou esse dia particularmente significativo para você?

A ligação marcou um ponto de virada, e as primeiras reflexões sobre o futuro começaram a surgir. Pessoalmente, eu precisava decidir se daria um salto rumo ao desconhecido e daria uma chance à Total ou se, quando chegasse a hora, buscaria outros caminhos. No entanto, minhas considerações pessoais eram secundárias em relação ao que isso significaria para minha equipe. Qual papel eles poderiam desempenhar na transição e quais seriam suas oportunidades de carreira? Tínhamos uma função na matriz, então, embora a Total quisesse manter as atividades em Copenhague, a função de estratégia não faria parte da futura organização local. Isso significava muita incerteza para toda a minha equipe e, portanto, também era uma tarefa da gerência ajudá-los no período subsequente e ouvir suas preocupações individuais sobre o futuro, sem eu mesmo saber as respostas.

Qual era seu papel e quais desafios ou tarefas você enfrentava diariamente?

Decidi rapidamente me dedicar ao processo de integração, primeiro como chefe do Escritório de Gestão de Integração durante a fase de planejamento e, após a entrada em operação da nova organização, como chefe geral da fase de implementação. Isso me deu a oportunidade de influenciar o processo e o trabalho de criação de uma nova organização. Hoje, sinto orgulho ao relembrar o que só pode ser chamado de integração bem-sucedida de uma aquisição, tanto em termos das sinergias que alcançamos quanto do processo respeitoso e inclusivo pelo qual meus colegas da Maersk Oil e eu passamos.

Se você pudesse mudar alguma coisa naquele dia, o que seria e por quê?

Fiquei muito feliz que meu chefe me ligou naquela noite de domingo. Isso me deu tempo de processar a notícia e as potenciais consequências antes que minha equipe e o restante da empresa fossem informados no dia seguinte. Foi uma grande mudança e muita coisa para assimilar para os muitos colegas que trabalharam com orgulho sob a estrela da Maersk por muitos anos. Com notícias como essa, é preciso tirar o curativo rapidamente, então acho que não poderia ter sido feito de outra forma.

Como você se lembra daquele dia hoje? É uma lembrança boa ou ruim?

Eu diria que são as duas coisas. Ainda me lembro da decepção, da sensação de que todo o trabalho duro não tinha mais sentido e da preocupação com o que aconteceria com meus talentosos colegas quando eu desligasse o telefone. Dito isso, mesmo que o resultado tenha sido diferente do esperado, o período de 2016 a 2017 continua sendo um dos mais educativos da minha carreira, e eu realmente aprecio fazer parte da TotalEnergies e da transição energética hoje.

O que você aprendeu com essa experiência e levou para sua carreira?

Quando uma porta se fecha, outra se abre, e se você tiver uma atitude positiva, algo bom geralmente resulta dessa mudança. No meu caso, consegui um emprego empolgante na TotalEnergies e tive a oportunidade de progredir na minha carreira nos últimos oito anos, além de trabalhar com energia renovável e armazenamento de CO2. Além disso, também provei a mim mesmo que sou bastante resiliente, tanto como indivíduo quanto como líder, e essa é uma boa base para se ter.

Edição em inglês por Christian Radich Hoffman